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  • Sidha Moitinho

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE— GRANDE POETA BRASILEIRO


Será que ao nascer um poeta, sininhos badalam no céu? Não sei... Apenas sei que o poeta Carlos Drummond de Andrade nascido em 31 de outubro de 1902 — È um dos maiores autores da nossa literatura. Você sabia que ele foi considerado o maior poeta nacional do século XX?

Sabe o que romantiza para mim falar deste poeta além de toda sua profundidade e beleza literária?— É a lembrança que ele trás do meu pai... Foi por causa do meu amigo e grande artista brasiliense, Juarez Leite, que encontrei esta familiaridade entre o poeta e meu Paizola... Disse meu amigo ao verta esta foto: — Amiga, seu pai parece com Carlos Drummond.

Fui conferi, e não semente enxerguei a semelhança entre o poeta e o meu pai, mas senti a vibração da mesma meiguice no olhar, o toque suave do semblante gentil, a simplicidade na face que me aconchega a alma.


BREVE BIOGRAFIA DO POETA GRANDE


Drummond teve sua produção integrada a segunda fase do modernismo brasileiro, com linguagem própria a seu tempo, o poeta escreveu sobre os mais variados temas da vida diária, questões políticas, sociais e, claro, o amor!

Carlos Drummond, destaca-se por suas profundas reflexões existenciais, como o modo de viver, o passar do tempo, o propósito...

Carlos Drummond de Andrade era mineiro da cidade de Itabira de Mato Dentro no interior de Minas Gerais. Seus pais eram proprietários rurais, Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade.

Estudou no colégio interno em Belo Horizonte, mas adoeceu, tendo que voltar para casa, onde passou a ter aulas particulares. Mais tarde estudou em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Drummond publicou seus primeiros artigos no Diário de Minas em 1921. No ano seguinte ganhou um prêmio de 50 mil réis, no “Concurso da Novela Mineira”, com o conto Joaquim do Telhado. Matriculou-se no curso de Farmácia na Escola de Odontologia e Farmácia Belo Horizonte.

Em 1925 Carlos Drummond funda A Revista, que veio a um veículo do Modernismo Mineiro.

O poeta foi professor de português e Geografia em sua cidade natal. Belo Horizonte lhe atraiu de volta, onde foi redator no Diário de Minas.

Confira alguns dos poemas mais famosos do POETA


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


PARA SEMPRE

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
AUSÊNCIA
 
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
NO MEIO DO CAMINHO 

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
NOTA SOCIAL

O poeta chega na estação.
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas 
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos…
O poeta está melancólico.
Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.
O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.

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