- falamoitinho
MAGALI RIBEIRO- POETIZA
O CENTENÁRIO DE PAULO FREIRE
CENTENÁRIO DE PAULO FREIRE
Cem anos de Paulo Freire
e de seu amor profundo,
cem anos de gratidão
por toda boa ação,
endereçada ao mundo,
Dentro de um centenário,
quanto tempo tem?
O tempo de ensinar e aprender,
de dizer, e calar,
de semear, e colher.
O tempo pra se amar,
pra se ouvir, produzir
refletir, conscientizar,
o tempo de sofrer,
de ser preso, se exilar.
O tempo de voltar,
pois a esperança é o guia,
sendo do verbo esperançar
ela ajuda a trabalhar
e nunca volta vazia.
Dessa profunda consciência
nasce a amorosidade,
aquela que pede rigor,
ética e humanidade.
E faz da educação,
um instrumento de luta
pela união e equidade.
Para que ninguém tenha tanto,
que os outros não tenham nada,
pois é partilhando saberes,
disposição e poderes
que se constrói a nova estrada.
Não dá pra falar de Freire
apenas com academia,
contar que foi um grande educador,
mostrar sua metodologia.
Dizer de Freire é falar de um Ivo que viu a uva
e perguntar quem a produziu? Quem a plantou?
Saber onde foi vendida e quem intermediou?
Saber quem foi que a vendeu? Quem a comprou?
Quem a comeu? E nesse processo inteiro,
quem realmente lucrou?
Falar de tijolo, telhado,
trabalhador desempregado,
que construiu a vida inteira
e não tem onde morar.
Falar de pescador desamparado
que entrega seu pescado,
sem ter pra se alimentar.
Dizer de Freire é falar de compreensão
diálogo, e criticidade
que vêm da reflexão,
tecendo um agir comprometido
que leva à transformação.
É falar de ação Cultural Coletiva,
de uma educação viva
que leva à cooperação
e nos possibilita o sonho
tendo o esperançar como chão!!
MAGALI RIBEIRO
