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  • Sidha Moitinho

TERRA MOLHADA


Poesia: Sidha Moitinho


A terra quente, fervilhante, absorvendo a chuva fria saltitante...

Em um momento único, chuva e terra se abraçam em um cantinho qualquer de fim mundo

Terra e chuva exalando inexplicável perfume selvagem

AH! Cheiro bom de terra molhada...

Espetáculo da natureza que os olhos alcançam

A voz emudece,

O corpo dança, levemente flutua...

Os pingos da chuva engrossam rapidamente, correm ligeiros e a água do céu invade a terra,

Pisa no chão, sacode a poeira que logo se abate umedecendo...

Ouça...

Os sons da chuva batendo forte na terra,

Domando sua dureza, derretendo sua secura,

Impondo sobre o mato, quase seco, suas gotas transparentes de água.

Vejo... Escuto... Sinto... Absorvo... Deixo o vento me tocar...

Refresca minha alma, faz calar meu pensamento...

Chuva forte a me banhar...

Cheiro de terra molhada que se entranha em mim

Aspiro bem profundo sua inigualável fragrância

Cheiro bom das lembranças...

Ah! Se eu pudesse! Enfrascaria o cheiro da terra molhada

Para vez por outra, tirar a tampa do frasco e aliviar a saudade do tempo de menina, me deixando envolver por este terroso aroma...

Memorizado, impresso, guardo, bem grudado, numa pequena parte de tudo que sou...

AH! Cheiro de terra molhada!

Lembro-me da primeira vez que senti o cheiro de terra molhada, soprando para dentro do meu pequeno ser... Cheiro tão bom de reviver....

Nunca esqueci!



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